quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nada não


É que eu tenho um leve gosto por essas coisas distintas, estranhas, famintas...O vento quando bate traz muito mais do que é sentido, traz também o que é vivido, tem abstração ali no meio, tem um mundo turbulento, agitado, se debatendo. Mas não se preocupe, tudo isso passa por nós, nos atravessa. Isso porque não somos nada mesmo, não somos dignos nem de ser chamados de Matéria. Somos só vácuos que perambulam por aí com uma motivação irracional.
Vamos morrer, mais vacuo. Mais nada.
Uma Didática da Invençãodo - Manoel de Barros.
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) 0 modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.

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