terça-feira, 2 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Sobre o que parece certo
Depois dessa parte, eu já sei que logo à frente da conversa virão comentários do tipo: "Mas isso dá dinheiro?", "Olha, eu acho que você deveria pensar no seu bolso" ou algo como “Mas você tem um padrão de vida para manter...”, além de um grande pré-conceito com a palavra 'SOCIAL'. Isso porque, provavelmente, ainda é vista como parte de uma prática assistencialista, que ‘dá o peixe’ ao invés de ‘ensinar a pescar’. E, bom, nós sabemos que a história não é tão simples assim.
Mas enfim, o que me intriga é como as pessoas sempre acabam tentando me convencer à escolher uma área (ou até um curso) que dê dinheiro ‘fácil’! Falam como se soubessem muito mais do que eu mesma [porque eu ainda sou nova sabe? não sei nada da vida, não sei nem de mim mesma] o que é ‘melhor’ para mim.
Então, quando você menciona a escolha de uma profissão (ou área) diferenciada, comprometida com as camadas da sociedade que não tem acesso à Psicologia e nem à nada, ou que não é sinônimo de dinheiro, quando você não quer se tornar um 'profissional autista' (como diz minha professora de Psicanálise) parece que imediatamente uma 'bomba simbólica' cai e faz um grande estouro, ou como se as pessoas, antes entusiasmadas por saber que você estuda bastante ou que está em uma boa faculdade, acabassem por concluir que você está tomando um ‘caminho errado’ para a sua vida, ou que você ainda é muito ingênua para entender dela, mantendo-se sempre, claro, com seu discurso neoliberal na ponta da língua.
frustrante.
* Quando eu mencionei sobre seguir uma profissão comprometida socialmente, eu não quis dizer que quem é Psicólogo clínico não é ou algo assim, mas este já segue o padrão de profissional liberal, então ta tudo certo.
* A foto é do tecido Chita, com suas belezas e constrastes.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite.
Clarice Lispector
que lindo isso
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Não há
O suficiente para encher, encher, encher... até que:
eu estouro em palavras.
O lápis é o através
O papel, o destino.
Recomeço.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Desconhecidos de si mesmos
Evito pessoas que não se reconhecem,
Que olham no espelho e se veem completas
Sem perceber que o visível é apenas uma parte,
uma pequena parte puramente forjada por tudo que é externo...
E a parte verdadeira que não se vê no espelho,
essa fica escondida,
aparecendo às avessas,
desequilibrando o sujeito,
que não reconhece como dele o que mais lhe pertence.