segunda-feira, 27 de julho de 2009

"As coisas que não existem são mais bonitas"
Felisdônio

sábado, 25 de julho de 2009

"Não conte os teus sonhos e projetos a todos, pois nem todos estão aptos a ouvir sobre os intentos e propósitos do teu coração."

Lennon

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sobre loucos


Oi. Escreverei hoje sobre algo menos narcísico do que os outros posts, não escreverei sobre mim, mas sim, sobre eles, os loucos.
Loucura é um tema que sempre foi abordado, discutido e que sempre esteve presente nos assuntos populares. Porém, atualmente, o que mais se fala é sobre a esquizofrenia, doença de Tarso, personagem da novela das 8. Tudo isso é muito bonito, mostrar ao povo brasileiro o desenvolvimento da doença, bem como a necessidade de auxílio psiquiátrico, etc, etc. Porém, é realmente triste perceber o olhar lançado pela mídia em relação à doença e aos loucos.

Há algumas semanas atrás me deparei com uma reportagem que abordava o tema Esquizofrenia no jornal do almoço. Um repórter foi até um hospital psiquiatrico, onde 'vivem' esquizofrênicos, esquizofrênicas e pessoas com outras patologias. Ele andou pelo hospital comentando sobre a doença e mencionando que "algumas mulheres não aceitam ter a doença" e que "apesar de estarem medicadas e calmas em grande parte do tempo, o comportamento das mulheres esquizofrênicas é imprevisível". Isso me deixa muito triste, perceber que a mídia trata tal doença como algo extremamente perigoso, descartando qualquer possibilidade de vivência dos doentes fora dos 'chiqueirinhos psiquiátricos'.

Digo isso, porque a forma com que são tratados os sujeitos que possuem a doença é realmente revoltante. Percebemos isso na reportagem, já que o repórter comenta o que foi abordado acima, na frente das próprias mulheres esquizofrênicas, como se elas realmente não estivessem lá. O relato da senhora que não queria estar enternada, foi nitidamente entendido como mais um motivo para se ter os loucos longe da sociedade, dentro de clínicas. Além disso, pela forma que o repórter se expressava, ele não parecia estar em um hospital psiquiatrico onde vivem humanos com uma patologia, mas sim em um zoológico, cheio de animais selvagens prontos para atacá-lo.

Sendo assim, entendo como extremamente necessário o total entendimento da doença, bem como o uso de medicamentos pelos pacientes esquizofrênicos. Também entendo que tal doença provoca alucinações fortíssimas, impossibilitando o sujeito de distinguir a realidade da ilusão. Porém, entendo que as pessoas que possuem essa e outras doenças mentais precisam ser ouvidas, precisam ser tratadas com dignidade e respeito, como seres humanos que também possem direitos huamanos, e não daquela forma menosprezante. Além disso, doentes mentais podem SIM viver em sociedade, ao lado dos 'normais', já que o uso correto de medicamentos faz com que as alucinações acabem ou sejam mínimas, diminuindo os sintomas.
A subjetividade das pessoas que vivem em hospitais psiquiátricos é totalmente ignorada, são tratados como se fossem invisíveis, totalmente invisíveis, como se não possuíssem consciência, sentimentos e, enfim, como se não possuíssem aquilo que nos faz seres humanos!

Precisamos gritar, abraçar essa causa e ser contra todos esses Hospitais Psiquiátricos espalhados pelo país, e ser, consequentemente, contra o monopólio, alguns médicos, governo e outros profissionais que se esoforçam dia e noite para continuar lucrando com essa barbárie. É uma tarefa difícil. Porém, penso que mais difícil ainda é observar esse desrrespeito à vida e fingirmos não estar envolvidos. Podemos concordar com tudo isso e reproduzir o que já está pronto, ou então podemos tomar uma postura diferente, postura de quem é a favor dos direitos humanos, e antes de tudo, da vida.

Bom, acabei.


A reportagem completa:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?contentID=68459&uf=2&channel=40

Um filme bem legal que trata desse assunto é "O Bicho de 7 Cabeças". É um filme Brasileiro, que tem como protagonista o Rodrigo Santoro.

Outro filme, que trata propriamente da Esquizofrenia é "Uma Mente Brilhante" com Russel Crowe.

domingo, 19 de julho de 2009

'A Coruja de Minerva levanta vôo somente ao entardecer' (Hegel)


Oi. Voltei hoje de uma viagem que fizemos (eu e minha família) até Gov. Celso Ramos, onde ficamos em um hotel por mais ou menos dois dias. Foi uma viagem bem bonita, com árvores bonitas pelo caminho, aquelas bem grandes, com vários galhos, que você sobe quando é criança; Com praias lindas, cheias de pedras e areia branquinha; E também haviam corujas, que andavam pela cidade calmamente, olhando-nos com atenção e mistério. Para falar a verdade, haviam muitas corujas, e não é sempre que eu vejo corujas andando por aí. Se me recordo bem, foi a primeira vez que fico tão pertinho de uma coruja e a fito, olhando com calma os detalhes dessa ave tão bonita e misteriosa.
Há muitas lendas que se referem à coruja. Quando criança, via uma coruja e ficava fascinada, minhas amigas, ao contrário, jogavam pedras na pobre ave, fazendo de tudo para espantá-la, já que sabiam diversas estórias sobre a coruja, e o 'quanto maléfica ela era'. Entretanto, continuo lançando um olhar de fascínio, de encanto, de admiração à essa ave que nos observa profundamente, parecendo enxergar o que nem nós enxergamos em nós. Ela consegue ver o que há de mais profundo, de mais íntimo, de mais errado. Por isso então que aparece sendo a ave de Athena, a deusa da sabedoria, a qual, segundo a mitologia grega, carrega um escudo que reflete os desejos mais obscuros de cada um de nós. Sendo assim, apenas conhecendo-os podemos nos tornar realmente sábios.
Bom, acho que essa viagem foi bem legal, ver corujas me ensinou muita coisa (haha). Continuarei adepta à arte da admiração.

domingo, 12 de julho de 2009


Ela gosta dele do jeito dela. Ela não se arruma quando sai, porque diz que tem que ser o que é, e não mais do que é só por causa de um menino. Não sei se será mais do que é: arrumando-se ela será apenas uma menina arrumada!?. Para ela, uma menina forjada. Para ele? uma menina abobada. É que ele não gosta dela do jeito dela. Ele gosta dela toda diferente: cabelo diferente, cor dos olhos diferentes, modelo do rosto diferente, modelo das roupas diferentes, modelo do pensamento diferente... tudo diferente. Ele não consegue olhar nos olhos dela, fita-la. Isso porque os olhos da menina queimam, tem fogo ardente, queimariam os olhos dele, coitado, abobado. Sendo assim, ele vê em outras meninas tudo que ela não tem, coisa que é fácil porque elas são todas meio iguais... não tem o fogo no olhar. O problema é que ele sempre volta para ela, e ela se bate, rebate, revolta, não volta.
Mas depois volta, porque esse é o jeito dela. Ela gosta dela do jeito dele, e ele gosta dele do jeito dela. São extenssões, que se afirmam quando se contradizem.
É assim mesmo, se cruzam, se beijam, se fundem, se anulam.
E então despedem-se.

Imagem: Lierre Foest, http://art.lierre.de/index.html

Des-arrumando


A questão é que arrumar é perda de tempo. Tu usas algo e faz o que quer com tal algo, e depois, para que guardar-lo? Deixa-lo no lugar que foi usado pela última vez fará com o que tal uso fiquei registrado, de acordo com suas atitudes. Se sempre guardar tudo, estará sempre mascarando o que foi criado por ti. Estará tirando a configuração, a tua coreografia e deixando igual a todos os outras.
Mas se um dia estiver com uma vontade imenssa de guardar tudo, então guarde, então arrume, porque assim também estará fazendo uso de tudo que ali existe e estará fazendo a coreografia da tua maneira.
Mas o melhor mesmo é deixar bagunçado, externalizado, o melhor mesmo é pensar na abstração... deixar à mercê de ti mesmo.

A imagem esbeldante ali do lado eu tirei do site de uma artista chamada Lierre Foest, http://art.lierre.de/index.html

"Idiotas de estradas gostam de urinar em morrinhos de
formigas. Apreciam de ver as formigas correndo de
um canto para o outro, maluquinhas, sem calças, como
crianças. Dizem eles que estão infantilizando as
formigas. Pode ser. "

Manoel de Barros