domingo, 12 de julho de 2009


Ela gosta dele do jeito dela. Ela não se arruma quando sai, porque diz que tem que ser o que é, e não mais do que é só por causa de um menino. Não sei se será mais do que é: arrumando-se ela será apenas uma menina arrumada!?. Para ela, uma menina forjada. Para ele? uma menina abobada. É que ele não gosta dela do jeito dela. Ele gosta dela toda diferente: cabelo diferente, cor dos olhos diferentes, modelo do rosto diferente, modelo das roupas diferentes, modelo do pensamento diferente... tudo diferente. Ele não consegue olhar nos olhos dela, fita-la. Isso porque os olhos da menina queimam, tem fogo ardente, queimariam os olhos dele, coitado, abobado. Sendo assim, ele vê em outras meninas tudo que ela não tem, coisa que é fácil porque elas são todas meio iguais... não tem o fogo no olhar. O problema é que ele sempre volta para ela, e ela se bate, rebate, revolta, não volta.
Mas depois volta, porque esse é o jeito dela. Ela gosta dela do jeito dele, e ele gosta dele do jeito dela. São extenssões, que se afirmam quando se contradizem.
É assim mesmo, se cruzam, se beijam, se fundem, se anulam.
E então despedem-se.

Imagem: Lierre Foest, http://art.lierre.de/index.html

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