Talvez tenhamos que ter uma criatividade transcedental para escrever algo no primeiro dia disso aqui. Na verdade, isso não pode ser considerado um problema, já que o eu escreve é apenas para mim. Talvez esse seja o problema, é sempre para mim.
Sou movida pelo desamparo, como todos nós, pela falta. E ao invés de chorar ou gritar, o melhor mesmo é criar. Já dizia Beethoven, "Só a arte me amparou".
Casimiro de Abreu - Amor e Medo.
Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo... [...]
O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair cias tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.
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